Passos – Embaixador da Troika?
2012/03/03 23:08
| Malha Larga
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Passos Coelho mantêm-se firme como Embaixador da troika em Portugal ao afirmar que o País não precisa de mais tempo nem mais dinheiro para atingir os objectivos de consolidação da dívida. Ao mesmo tempo o seu valete das finanças garante que o ajustamento será um sucesso. E o governo em uníssono afirma que isso acontecerá, custe o que custar.
Se é verdade que Portugal tem que ajustar os seus desequilíbrios macroeconómicos, o preço do ajustamento é uma variável chave. Ajustar em que ponto? Qual a quebra do Produto Interno Bruto que estamos dispostos a aceitar? Qual o desemprego que podemos e aceitamos suportar? Que percentagem do tecido produtivo podemos e queremos destruir? Que garantias temos de recuperação futura?
Os primeiros meses de execução do Plano de Ajustamento comprovam que o excesso de zelo do Governo português tem sido desastroso, agravando todos os indicadores económicos e sociais.
Um excesso de zelo, que embora nos mantenha no caminho do cumprimento financeiro do Memorando, nos fez ir mais além no desemprego e na destruição de riqueza, estagnou a economia e nos isolou no plano europeu. Em resultado das escolhas feitas, temos hoje um País parado e um Governo isolado.
O Governo fez uma escolha ideológica legítima mas falhada. A realidade tem demonstrado que o Estado exíguo é uma má alternativa ao Estado eficiente e que na terra queimada pela austeridade cega não florescem novos negócios nem oportunidades.
Fez também uma escolha diplomática subserviente e arriscada. Não se juntou aos 12 governos da sua família política que exigiram um plano europeu para o crescimento. Preferiu ficar como aliado dilecto de Merkel. Não percebeu que para o actual governo Alemão, Portugal é um aliado útil mas descartável quando conveniente.
O Partido Socialista e António José Seguro respeitam o acordo estabelecido com as instituições internacionais mas não se assumem como seus representantes. Antes pelo contrário, defendemos junto delas os interesses nacionais, de forma consistente e com sentido de responsabilidade.
Defendemos que a alteração do contexto internacional recomenda o alargamento do prazo para Portugal ajustar o deficit, sugerimos formas de aumentar o potencial do sector bancário poder voltar a financiar as indústrias exportadoras e que substituem importações, propusemos uma despesa fiscal inteligente criadora de emprego e mostrámos como isso é compatível com os compromissos estabelecidos.
O Partido Socialista é hoje o grande defensor dos interesses nacionais (e duma outra visão de Europa) junto da troika. Falar com a troika e com Passos Coelho só não é a mesma coisa porque o segundo é mais radical e inflexível nas políticas de flagelação das empresas e das famílias portuguesas.
A troika faz com qualidade e profissionalismo o seu papel. Como consultores de alto nível precisavam de encontrar um governo forte, com visão estratégica e ideias claras sobre as opções a tomar. Não encontrou. Temos um governo desistente, sem rumo, apenas ancorado numa fé ideológica cada vez menos compatível com a realidade.
Compete ao PS denunciar e compensar com a sua legitimidade relativa, as insuficiências de quem nos Governa. Cumprimos a nossa missão mas o governo não cumpriu a sua. Portugal precisa de um Primeiro-ministro. A troika não.
Se é verdade que Portugal tem que ajustar os seus desequilíbrios macroeconómicos, o preço do ajustamento é uma variável chave. Ajustar em que ponto? Qual a quebra do Produto Interno Bruto que estamos dispostos a aceitar? Qual o desemprego que podemos e aceitamos suportar? Que percentagem do tecido produtivo podemos e queremos destruir? Que garantias temos de recuperação futura?
Os primeiros meses de execução do Plano de Ajustamento comprovam que o excesso de zelo do Governo português tem sido desastroso, agravando todos os indicadores económicos e sociais.
Um excesso de zelo, que embora nos mantenha no caminho do cumprimento financeiro do Memorando, nos fez ir mais além no desemprego e na destruição de riqueza, estagnou a economia e nos isolou no plano europeu. Em resultado das escolhas feitas, temos hoje um País parado e um Governo isolado.
O Governo fez uma escolha ideológica legítima mas falhada. A realidade tem demonstrado que o Estado exíguo é uma má alternativa ao Estado eficiente e que na terra queimada pela austeridade cega não florescem novos negócios nem oportunidades.
Fez também uma escolha diplomática subserviente e arriscada. Não se juntou aos 12 governos da sua família política que exigiram um plano europeu para o crescimento. Preferiu ficar como aliado dilecto de Merkel. Não percebeu que para o actual governo Alemão, Portugal é um aliado útil mas descartável quando conveniente.
O Partido Socialista e António José Seguro respeitam o acordo estabelecido com as instituições internacionais mas não se assumem como seus representantes. Antes pelo contrário, defendemos junto delas os interesses nacionais, de forma consistente e com sentido de responsabilidade.
Defendemos que a alteração do contexto internacional recomenda o alargamento do prazo para Portugal ajustar o deficit, sugerimos formas de aumentar o potencial do sector bancário poder voltar a financiar as indústrias exportadoras e que substituem importações, propusemos uma despesa fiscal inteligente criadora de emprego e mostrámos como isso é compatível com os compromissos estabelecidos.
O Partido Socialista é hoje o grande defensor dos interesses nacionais (e duma outra visão de Europa) junto da troika. Falar com a troika e com Passos Coelho só não é a mesma coisa porque o segundo é mais radical e inflexível nas políticas de flagelação das empresas e das famílias portuguesas.
A troika faz com qualidade e profissionalismo o seu papel. Como consultores de alto nível precisavam de encontrar um governo forte, com visão estratégica e ideias claras sobre as opções a tomar. Não encontrou. Temos um governo desistente, sem rumo, apenas ancorado numa fé ideológica cada vez menos compatível com a realidade.
Compete ao PS denunciar e compensar com a sua legitimidade relativa, as insuficiências de quem nos Governa. Cumprimos a nossa missão mas o governo não cumpriu a sua. Portugal precisa de um Primeiro-ministro. A troika não.
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