O Desafio da Indústria 4.0.
2017/02/04 12:11
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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A criação de
riqueza e de emprego resulta em larga medida da capacidade de produzir bens e
serviços necessários à sociedade.
Muitas vezes quando
se introduzem novos conceitos, como por exemplo o conceito de “Indústria 4.0”
para o qual o Governo apresentou uma estratégia nacional no fim do mês de
janeiro deste ano, pensa-se que isso significa abandonar aquilo que as regiões
e os territórios melhor sabem fazer na indústria tradicional.
Não é assim. Quem
sabe, tem prestígio e conhece os mercados parte à frente e deve continuar a
fazer o que sabe, modernizando os processos e utilizando as novas ferramentas
da sociedade digital e da economia colaborativa. É esse o desafio para o mundo,
para a Europa, para Portugal e para o Alentejo em particular.
A estratégia
nacional para a Industria 4.0 engloba um conjunto de 60 medidas concretas, de
iniciativa pública e privada, com a meta de modernizar mais de 50 000 empresas
e requalificar desde já 20 000 trabalhadores, dotando-os das competências
digitais necessárias à reconfiguração das suas tarefas. Com esta estratégia o
Governo estima injetar na economia portuguesa 4,5 mil milhões de euros de
investimento no horizonte dos próximos 4 anos.
Sendo o conceito de
indústria 4.0 muito ligado ao aproveitamento das redes e das plataformas tecnológicas
que permitem otimizar os processos de criação de valor de uma forma
colaborativa, não faria sentido que a estratégia para o seu desenvolvimento não
fosse concebida numa lógica colaborativa e envolvendo as empresas, as
instituições e os representantes da sociedade civil. Foi isso que aconteceu, e
de acordo com a informação prestada pelo Governo, é assim que se vai continuar a
proceder no processo de implementação e de monitorização.
Não pretendo neste
texto de opinião sintetizar ou divulgar os múltiplos conteúdos e oportunidades
associados à estratégia nacional para a indústria 4.0. Quero sobretudo alertar
todos os que me leem, estejam associados ao ramo da economia que estiverem,
mais ou menos tradicional, mais ou menos mecanizado, mais ou menos sofisticado,
que esta estratégia também é convosco. Serão aplicados 2,26 mil milhões de
euros do programa Portugal 2020 para incentivar e apoiar a adoção do conceito e
das práticas que lhe estão associadas. Não podemos desperdiçar a oportunidade,
tanto mais que nos modelos de incentivos propostos existem formatos que se
adequam a empresas de diversas dimensões, focos e características.
A Estratégia
Nacional para a Industria 4.0 também é uma estratégia para as “start ups” e
para as novas empresas tecnológicas ou para as ditas empresas “de ponta”. Mas
não é apenas para essas. É para todas as empresas que querem competir nos novos
mercados, alavancadas pelas novas ferramentas tecnológicas. Aproveitemos o
desafio para crescer e criar mais e melhor emprego na nossa terra.
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