PSD - Uma estratégia que não serve o País
2009/08/07 12:34
| DN, Malha Larga
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O PSD escolheu as suas listas de candidatura às eleições legislativas de 27 de Setembro e deixou o País suspenso do debate sobre os episódios, os impactos e as fracturas expostas que resultaram dessa escolha.
A opção do PSD não foi inocente. Enquanto o País discute a formação das listas do PSD não debate soluções alternativas para o seu futuro. Neste domínio Manuela Ferreira Leite já mostrou que não hesita. No momento da verdade escolhe as estratégias que julga servirem o seu Partido e não as Estratégias que serviriam o País e as suas necessidades.
Pode-se reflectir, debater e avaliar eticamente a estratégia do PSD, mas do ponto de vista político a orientação de Manuela Ferreira Leite na feitura das listas do seu Partido é absolutamente cristalina.
Manuela trocou pluralidade por governabilidade interna e abrangência por controlo e desforra potencial. De caminho lançou uma enorme nuvem de fumo que enquanto não se dissipar entreterá a Comunicação Social e os portugueses e disfarçará a campanha branca e sem compromissos com que o PSD pretende arrebanhar descontentamentos difusos e vencer as eleições.
Governabilidade interna do PSD significa liderança férrea do Partido, quer em contexto de poder quer em contexto de oposição. Ao afunilar as listas, escolher os indefectíveis e ignorar os padrões de transparência, Manuela Ferreira Leite visou garantir duas coisas.
Se tiver que governar tem um núcleo duro à prova de bala independentemente da qualidade intrínseca ou da evidente falta de jovialidade dos elementos escolhidos. Se for remetida para a oposição, seca as hipóteses duma alternância coerente à actual direcção, fazendo com que os seus sucessores no PSD lidem com um grupo parlamentar hostil, bem mais empedernido do que aquele com que ela teve que lidar durante o seu consulado.
Retirar espaço de manobra a Pedro Passos Coelho pesou tanto na balança estratégica de Manuela Ferreira Leite como criar condições para eleger mais deputados. Já o interesse nacional e o bem comum parecem não ter tido peso nenhum. Esta ausência deliberada de respostas aos desafios que o País enfrenta, no tempo difícil que atravessamos, é lamentável e tem que ser sublinhada e denunciada. É ela aliás a única razão que me leva a opinar sobre um processo que na sua essência é do domínio estrito da escolha de um Partido que não é o meu.
Em tempos, Manuela Ferreira Leite afirmou que não fazia propostas para não dar ideias ao PS. Em contrapartida o PS não se coibiu de dar ideias ao País e ao PSD. Divulgou um programa detalhado e ambicioso para fazer avançar Portugal e aprovou listas de candidatos com debate interno, transparência e abertura.
Manuela Ferreira Leite poderia copiar o PS nestes procedimentos, que o PS certamente não se importaria. Não o fez no entanto porque a sua estratégia de base é outra. Não é uma Estratégia para servir o País. É uma estratégia para dominar o PSD e tentar capturar o poder sem compromisso. Os factos falam por si.
A opção do PSD não foi inocente. Enquanto o País discute a formação das listas do PSD não debate soluções alternativas para o seu futuro. Neste domínio Manuela Ferreira Leite já mostrou que não hesita. No momento da verdade escolhe as estratégias que julga servirem o seu Partido e não as Estratégias que serviriam o País e as suas necessidades.
Pode-se reflectir, debater e avaliar eticamente a estratégia do PSD, mas do ponto de vista político a orientação de Manuela Ferreira Leite na feitura das listas do seu Partido é absolutamente cristalina.
Manuela trocou pluralidade por governabilidade interna e abrangência por controlo e desforra potencial. De caminho lançou uma enorme nuvem de fumo que enquanto não se dissipar entreterá a Comunicação Social e os portugueses e disfarçará a campanha branca e sem compromissos com que o PSD pretende arrebanhar descontentamentos difusos e vencer as eleições.
Governabilidade interna do PSD significa liderança férrea do Partido, quer em contexto de poder quer em contexto de oposição. Ao afunilar as listas, escolher os indefectíveis e ignorar os padrões de transparência, Manuela Ferreira Leite visou garantir duas coisas.
Se tiver que governar tem um núcleo duro à prova de bala independentemente da qualidade intrínseca ou da evidente falta de jovialidade dos elementos escolhidos. Se for remetida para a oposição, seca as hipóteses duma alternância coerente à actual direcção, fazendo com que os seus sucessores no PSD lidem com um grupo parlamentar hostil, bem mais empedernido do que aquele com que ela teve que lidar durante o seu consulado.
Retirar espaço de manobra a Pedro Passos Coelho pesou tanto na balança estratégica de Manuela Ferreira Leite como criar condições para eleger mais deputados. Já o interesse nacional e o bem comum parecem não ter tido peso nenhum. Esta ausência deliberada de respostas aos desafios que o País enfrenta, no tempo difícil que atravessamos, é lamentável e tem que ser sublinhada e denunciada. É ela aliás a única razão que me leva a opinar sobre um processo que na sua essência é do domínio estrito da escolha de um Partido que não é o meu.
Em tempos, Manuela Ferreira Leite afirmou que não fazia propostas para não dar ideias ao PS. Em contrapartida o PS não se coibiu de dar ideias ao País e ao PSD. Divulgou um programa detalhado e ambicioso para fazer avançar Portugal e aprovou listas de candidatos com debate interno, transparência e abertura.
Manuela Ferreira Leite poderia copiar o PS nestes procedimentos, que o PS certamente não se importaria. Não o fez no entanto porque a sua estratégia de base é outra. Não é uma Estratégia para servir o País. É uma estratégia para dominar o PSD e tentar capturar o poder sem compromisso. Os factos falam por si.
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