O Mágico
2013/10/07 15:13
| Diário do Sul, Fazer Acontecer
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Na sequência da apresentação por Paulo
Portas e pela sua “Partenaire” ministerial Maria Luísa Albuquerque das
conclusões da oitava e da nona avaliação da troika ao Programa de Ajustamento
Económico e Financeiro Português (PAEF), o consagrado jornalista económico
António Peres Metello comparou com grande lucidez o novel Vice
Primeiro-Ministro a um mágico.
Disse Metello numa dos canais
televisivos de informação, que Portas nos fazia olhar a todos para a mão
esquerda enquanto rapava o que podia com a mão direita. A citação é de memória.
Foi assim que a retive.
Não sei com que mão Portas decidiu rapar
as pensões de viuvez mas considero essa rapadela, uma das mais graves da nossa
democracia. Uma rapadela que é particularmente grave quando perpetrada por um
líder que se diz defensor dos pensionistas e dos reformados e que se gaba de
ter acabado com o que afinal nunca existiu, ou seja com uma taxa generalizada
sobre as reformas.
Em vez dessa suposta taxa, Portas
apadrinha sem corar, cortes retroativos nas pensões dos funcionários públicos e
das viúvas e viúvos deste País.
A magia, incluindo a magia política, é
algo que este Governo leva muito a sério. Por isso talvez o numero ainda seja
um pouco mais completo do que a leitura imediata de Metello.
As câmaras de TV só nos mostraram as
mãos de Portas enquanto falava. Nós olhámos para a mão das promessas enquanto a
mão da tesoura se disfarçava, mas tenho razões para desconfiar que por baixo da
mesa o Ministro mandava caneladas com a maior força que podia ao Tribunal
Constitucional.
Infelizmente o Governo falhou e já só
procura um álibi a quem acusar do falhanço.
Tenta tudo por tudo para acusar o PS mas
as propostas construtivas feitas por este Partido na mesa de diálogo de Julho e
recusadas pelo PSD e pelo PP/CDS tornam inverosímil que seja o PS o potencial
culpado, como o demonstrou o recente resultado eleitoral.
Sendo assim resta ao Governo atirar toda a sua
artilharia contra o Tribunal Constitucional para depois dizer que tudo teria
corrido bem não fosse o caso dos juízes, pasme-se, defenderem o cumprimento das
normas da nossa Lei suprema. Cumprirem afinal a missão para que foram eleitos
ou designados.
O
Mago já desapareceu irrevogavelmente e voltou a aparecer 3 dias depois. Dele e
da sua companhia governamental já tudo se pode esperar.
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