Liberdade, Igualdade, Fraternidade (e Conetividade)
2017/04/08 09:21
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
| Link permanente
Os mais novos não têm dúvidas e os mais velhos já
perceberam que a aceleração tecnológica mudou a forma como a sociedade se
organiza e também a forma como nela temos todos que agir para atingirmos os
objetivos a que nos propomos.
Lutar para que o maior número de pessoas possível tenha
acesso às ferramentas digitais disponíveis é lutar pelos valores chave da
igualdade, da liberdade e da fraternidade no século XXI, tal como lutar pela
educação para todos foi a forma de lutar por esses valores nos séculos
anteriores.
Aliás, fazer com que cada vez mais pessoas tenham a opção
de estar conectadas às redes de partilha de dados, texto e voz e disponham das
competências necessárias para beneficiar dos serviços públicos e privados,
nelas propiciados, é apenas uma nova etapa na batalha pela educação.
Educação para a cidadania digital, que tem que ter como
base o princípio que ninguém deve ser impedido de aceder às novas redes
digitais de alta velocidade por razões económicas ou geográficas e que uma vez
garantido esse acesso, todos devem poder dispor das competências para delas
tirarem partido, conhecendo o seu potencial e os riscos que lhe são inerentes.
Na senda do Plano Tecnológico, que regressando a uma
analogia histórica, foi um “Pinhal de Leiria” semeado pelos portugueses para
poderem construir agora soluções e plataformas vencedoras na nova sociedade
digital, o Governo lançou a Iniciativa Nacional para as Competências Digitais,
com metas ambiciosas e uma visão lúcida sobre as oportunidades e as prioridades
para as pessoas e para o País.
Nas infraestruturas e nas competências digitais Portugal
compara melhor com a média da União Europeia do que na grande maioria dos
outros indicadores, mas o caminho a percorrer ainda é longo e desafiante.
Um quarto das casas em Portugal, ainda não estão ligadas
à Internet e cerca de metade da população não tem as competências digitais
necessárias para, por exemplo, tirar partido dos excelentes serviços públicos
online de que o País dispõe (Fomos vários anos “Campeões da Europa” nos
serviços públicos disponibilizados online para as pessoas e para as empresas),
gerando fenómenos de dupla exclusão e agravamento das desigualdades no acesso
às oportunidades e aos bens públicos.
Uma outra questão relevante é o acesso a oportunidades de
emprego propiciadas pelas competências digitais. Grande parte dos novos
empregos exigem-nas e nalguns domínios específicos Portugal tem carência de
especialistas.
Apostar na conetividade, que conjuga poder e saber, é uma
aposta de nova geração que vale a pena. O governo está a fazer a sua parte.
Cada um de nós tem que fazer as sua, preparando-se para o desafio e ajudando
quem precisa a não ficar para trás.
Comentários