Deslumbramento
2009/06/28 12:04
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Em 7 de Junho o PS perdeu as Eleições Europeias. Dez dias depois o PP e o PSD ao votarem uma moção de censura inopinada e injustificada perderam a oportunidade de capitalizar para si o resultado eleitoral desfavorável do partido do Governo. Estes dez dias que reviraram e aqueceram o verão político em Portugal foram também muito ricos quando analisados do ponto de vista da ética e da psicologia social.
Admiro gente com convicções políticas fortes, quaisquer que sejam essas convicções, deste que se enquadrem no plano da racionalidade democrática e da aceitação dos seus princípios. Ter convicções fortes não significa ser acrítico em relação a elas. Pelo contrário, desafia a exigência e o rigor na sua defesa.
Com alguma simplificação, habituei-me a conviver com dois tipos de pessoas na vida política. Os comprometidos, que sendo profundamente convictos, estão sempre prontos a reconhecer erros e a esforçar-se por aprender e melhorar e os deslumbrados, que do alto do seu convencimento, proclamam certezas e não aceitam críticas nem dúvidas.
Curioso é analisar e compreender o comportamento destas duas espécies em momentos difíceis. Na ressaca das eleições europeias, mais uma vez pude comprovar como os comprometidos se prontificaram a arregaçar as mangas para recuperar do desaire político e como os deslumbrados se deixaram tomar por um estranho torpor e um terrível medo de se despenharem do pedestal.
Desta vez contudo as coisas correram mal aos deslumbrados. A normalidade política restabeleceu-se mais depressa do que supunham e alguns ficaram desfocados na fotografia. Tão desfocados como os deslumbrados da oposição, que antes das eleições tinham perdido o fôlego e a crença e assim que viram o bom resultado saltaram para as ruas com tanto afã que ou muito me engano ou entornaram grande parte do caldo ganhador obtido com esforço pelos comprometidos do seu lado.
A lição a tirar de mais estes factos é simples e não é nova. Devemos duvidar sempre dos que nunca duvidam quando estão na mó de cima. São normalmente os primeiros a vacilar quando o vento ameaça mudar.
O ciclo democrático em Portugal está a passar por um momento crucial. Os portugueses usaram com sabedoria as eleições europeias para dar ao Governo um recado que foi ouvido com atenção pelos comprometidos e pelo líder do projecto e da governação.
Os deslumbrados, esses apanharam um grande susto! Que aprendam a lição e não se deixem deslumbrar outra vez, estejam eles do lado do poder legítimo ou das legítimas oposições. E se se deslumbrarem que tenham a merecida “recompensa”. Trinta e cinco anos de democracia afinaram a astúcia e a sabedoria do nosso povo. Uma astúcia e uma sabedoria que é preciso compreender e respeitar. Quem o fizer ganhará.
Admiro gente com convicções políticas fortes, quaisquer que sejam essas convicções, deste que se enquadrem no plano da racionalidade democrática e da aceitação dos seus princípios. Ter convicções fortes não significa ser acrítico em relação a elas. Pelo contrário, desafia a exigência e o rigor na sua defesa.
Com alguma simplificação, habituei-me a conviver com dois tipos de pessoas na vida política. Os comprometidos, que sendo profundamente convictos, estão sempre prontos a reconhecer erros e a esforçar-se por aprender e melhorar e os deslumbrados, que do alto do seu convencimento, proclamam certezas e não aceitam críticas nem dúvidas.
Curioso é analisar e compreender o comportamento destas duas espécies em momentos difíceis. Na ressaca das eleições europeias, mais uma vez pude comprovar como os comprometidos se prontificaram a arregaçar as mangas para recuperar do desaire político e como os deslumbrados se deixaram tomar por um estranho torpor e um terrível medo de se despenharem do pedestal.
Desta vez contudo as coisas correram mal aos deslumbrados. A normalidade política restabeleceu-se mais depressa do que supunham e alguns ficaram desfocados na fotografia. Tão desfocados como os deslumbrados da oposição, que antes das eleições tinham perdido o fôlego e a crença e assim que viram o bom resultado saltaram para as ruas com tanto afã que ou muito me engano ou entornaram grande parte do caldo ganhador obtido com esforço pelos comprometidos do seu lado.
A lição a tirar de mais estes factos é simples e não é nova. Devemos duvidar sempre dos que nunca duvidam quando estão na mó de cima. São normalmente os primeiros a vacilar quando o vento ameaça mudar.
O ciclo democrático em Portugal está a passar por um momento crucial. Os portugueses usaram com sabedoria as eleições europeias para dar ao Governo um recado que foi ouvido com atenção pelos comprometidos e pelo líder do projecto e da governação.
Os deslumbrados, esses apanharam um grande susto! Que aprendam a lição e não se deixem deslumbrar outra vez, estejam eles do lado do poder legítimo ou das legítimas oposições. E se se deslumbrarem que tenham a merecida “recompensa”. Trinta e cinco anos de democracia afinaram a astúcia e a sabedoria do nosso povo. Uma astúcia e uma sabedoria que é preciso compreender e respeitar. Quem o fizer ganhará.
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