Reescrever o Mundo
2012/04/23 18:03
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Reescrever o Mundo (Rewrite the World) foi o tema duma conferência internacional que juntou em Roma dias 19 e 20 de Abril representantes de Partidos Democráticos e Progressistas de todo o Globo.
No final da conferência foi decidido institucionalizar uma plataforma parlamentar progressista visando desenvolver uma narrativa alternativa ao “pensamento único” neoliberal que tem dominado e minado o equilíbrio no desenvolvimento sustentável do mundo em que vivemos.
De boas ideias, diz o povo, que está o inferno cheio! Espero que as eleições de 6 de Maio em França sejam um impulso e não uma desilusão na mudança em curso. Reescrever o mundo é preciso e é urgente.
Reescrever o mundo é um desafio de criatividade. Desenganem-se os que pensam que basta apagar umas décadas de história e regressar a um passado que se fosse bom não se tinha deixado contaminar pela força dos mercados e dos individualismos egoístas.
Na minha intervenção na sessão de abertura da conferência deixei três pistas simples para reescrever o mundo.
Reescrever o mundo da energia favorecendo as soluções renováveis, de proximidade e amigas do ambiente.
Reescrever o mundo do envelhecimento activo dando mais e melhores condições e qualidade de vida a gerações que vão viver mais e precisam de viver melhor e em melhor interacção com o resto da sociedade.
E finalmente, reescrever o mundo dos negócios favorecendo as redes empreendedoras, a inovação limpa, as soluções integradas, a complementaridade global e o comércio justo.
Estas linhas de reinvenção implicam novas tecnologias e novos modelos de organização do território e da economia. Mexem com as pessoas e geram novas oportunidades de emprego e de negócio. Geram também novas necessidades de educação para a cidadania, que é em última análise a chave da equidade social e económica.
Reescrever o Mundo? Já que houve a coragem de juntar tanta gente com responsabilidades e com vontade de o fazer, porque não começar já. Por linhas progressistas se possível, que de conservadorismo bacoco está o mundo farto.
Comentários (2)
Zé de BaiãoDe...
QUALIFICAR O VOTO: O documento é muito bom e a ideia ainda melhor. A par dos cientistas e economistas sociais eu juntaria movimentos de cidadãos sociais em prol de um País, uma Europa e um Mundo Melhor. SÓ ASSIM PODEREMOS REESCREVER O MUNDO. Para reescrever o mundo é necessário desmontar o mundo existente e perceber o que é que afinal falhou. Sem analisar o passado não seremos capazes de reescrever Portugal e muito menos a Europa ou o Mundo. Para tal, necessitamos de refletir sobre o passado, analisar o presente e debater sobre modelos sociais, económicos e políticos proeminentes, ou seja, que sejam capazes de se elevarem para além do que atualmente cerca os paradigmas vigentes de Democracia. Não conseguiremos obter melhores respostas para um Mundo Melhor, sem nos empenharmos em redescobrir e compreender os modelos sociais e democráticos. Tudo que é socialmente feito, também pode ser reformulado, reformado ou mesmo desfeito, mas para tal é necessário desprender-mo-nos do nós e olhar para os outros como um todo. Há que ultrapassar paradigmas, mas para isso é necessário muita coragem e derrubar muitos interesses instalados em prol de um interesse superior que é o melhor benefício para todos. Para tal, há que assumir e defender uma maior responsabilidade social, mas também um novo modelo de Democrático que seja capaz de elevar e qualificar o debate, mas também o voto. Afinal que valor tem atualmente o voto? Que poderemos fazer para que as decisões sejam devidamente conscientes, informadas e participadas? Preocupa-me que tenha aumentado a escolarização, a par da democratização do conhecimento, mas a qualidade e valor do voto/poder de decisão tenha estagnado, ou mesmo regredido. Sou um filho de abril, mas acredito que o voto nos nossos pais, apesar da baixa escolarização, era mais qualificado.
4/23/2012, 8:11:00 PMZé de BaiãoDe...
PROLONGAMENTO DO PAGAMENTO DE IMPOSTOS E TAXAS AO LONGO DO ANO ECONÓMICO, SEM APLICAÇÃO DE TAXAS POR INCUMPRIMENTO DE PRAZO: Não é só uma questão de prazo, mas de análise e justiça social. Há milhares de famílias a passar por dificuldades económicas, mas com vontade de cumprir com os seus compromissos. Muitas perdem o acesso aos apoios sociais, só porque naquele momento, pelas mais diversas circunstâncias da vida, não têm capacidade económica para liquidar os seus impostos. O Estado deve analisar/avaliar e compreender as dificuldades dos cidadãos e dar a oportunidade do cidadão liquidar os seus impostos ao longo do ano económico, sem taxas por incumprimento de prazo (PRINCÍPIO DA CONFIANÇA MÚTUA: acreditar no cidadãos cumpridor, tal como o cidadão confia ao Estado o retorno dos seus impostos, quer seja em serviços, quer seja em espécime) . Não foi, nem é, o cidadão que escolhe perder o emprego, ficar doente ou passar por dificuldades económicas. Pode escolher os políticos, mas será que escolhe as políticas?
4/23/2012, 8:24:00 PM