INDIGNADOS (por uma revolução tranquila)
2011/10/16 11:41
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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São muito diferentes as motivações dos largos milhares de cidadãos que um pouco por todo o mundo manifestaram a sua indignação no passado dia 15 de Outubro.
Não é séria e fundamentada a teoria conspirativa de que tudo isto está a ser comandado por uma central ideológica algures no planeta real ou virtual, mas também me parece frágil a teoria da atomização e da absoluta espontaneidade dos eventos. Mais do que frágil tenderá aliás a ser inútil caso se comprove.
Do meu ponto de vista há uma linha comum de indignação, que agrega vontades e vai dando forma e identidade ao movimento. A ideia de que assim não vamos lá e de que as soluções prevalecentes nos modelos sociais e económicos dos nossos dias já não respondem às necessidades e às legítimas aspirações das pessoas.
Precisamos de rebeldia, ambição, sonho, comunhão e todos os outros ingredientes das revoluções tranquilas, para que as pessoas voltem a acreditar e a encontrar um sentido reforçado para a sua vida em sociedade.
Não estive na manifestação de 15 de Outubro mas sinto-me também profundamente indignado. Indignado com o rumo do País e com o orçamento de asfixia económica e social com que se pretende resolver a crise, indignado com o rumo da Europa e com a falta de rasgo dos seus líderes para romper com o cerco financeiro a que está sujeita e indignado com o mundo que soçobra a uma equação em que as pessoas não são as beneficiárias mas apenas peças da engrenagem.
A indignação gera estados de alma que por vezes precisam de ser expressos na praça pública com vigor pacífico. Compreendo as manifestações de indignação mas temo que as energias se esgotem no protesto.
A melhor forma de combater o sistema não é protestar contra ele, mas trabalhar laboriosamente para, dentro das regras da democracia, o modificar. É fundamental juntar á indignação de protesto uma indignação de acção transformadora, exigindo políticas mais justas, equilibradas e mobilizadoras.
A indignação não pode marcar apenas o fim de um ciclo. Tem que deixar as sementes de um tempo novo. Um tempo interrompido no fracasso da já esquecida cimeira da sustentabilidade em Copenhaga, mas que temos que retomar no fio do tempo e da esperança.
Não é séria e fundamentada a teoria conspirativa de que tudo isto está a ser comandado por uma central ideológica algures no planeta real ou virtual, mas também me parece frágil a teoria da atomização e da absoluta espontaneidade dos eventos. Mais do que frágil tenderá aliás a ser inútil caso se comprove.
Do meu ponto de vista há uma linha comum de indignação, que agrega vontades e vai dando forma e identidade ao movimento. A ideia de que assim não vamos lá e de que as soluções prevalecentes nos modelos sociais e económicos dos nossos dias já não respondem às necessidades e às legítimas aspirações das pessoas.
Precisamos de rebeldia, ambição, sonho, comunhão e todos os outros ingredientes das revoluções tranquilas, para que as pessoas voltem a acreditar e a encontrar um sentido reforçado para a sua vida em sociedade.
Não estive na manifestação de 15 de Outubro mas sinto-me também profundamente indignado. Indignado com o rumo do País e com o orçamento de asfixia económica e social com que se pretende resolver a crise, indignado com o rumo da Europa e com a falta de rasgo dos seus líderes para romper com o cerco financeiro a que está sujeita e indignado com o mundo que soçobra a uma equação em que as pessoas não são as beneficiárias mas apenas peças da engrenagem.
A indignação gera estados de alma que por vezes precisam de ser expressos na praça pública com vigor pacífico. Compreendo as manifestações de indignação mas temo que as energias se esgotem no protesto.
A melhor forma de combater o sistema não é protestar contra ele, mas trabalhar laboriosamente para, dentro das regras da democracia, o modificar. É fundamental juntar á indignação de protesto uma indignação de acção transformadora, exigindo políticas mais justas, equilibradas e mobilizadoras.
A indignação não pode marcar apenas o fim de um ciclo. Tem que deixar as sementes de um tempo novo. Um tempo interrompido no fracasso da já esquecida cimeira da sustentabilidade em Copenhaga, mas que temos que retomar no fio do tempo e da esperança.
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