Camões e Pessoa (sobre o encerramento da Livraria Camões)
2012/01/06 19:20
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Fernando pessoa afirmou que “a nossa Pátria é a Língua Portuguesa” dando sentido maior a uma realidade secular de afirmação da Nação portuguesa, não apenas como um território físico mas sobretudo como um “território” cultural, político e diplomático.
Foi esta identidade que nos afirmou como plataforma multicultural e multicontinental e nos permitiu sobreviver séculos, sendo geograficamente uma pequena periferia europeia entalada entre Espanha e o mar, mas sendo ao mesmo tempo cultural e politicamente uma rede de gentes e sítios ligados por “uma estranha forma de vida”
A centralidade cultural de Portugal é a base para uma centralidade económica que constitui a única solução viável para a nossa competitividade no novo mundo global. De forma mais ou menos justificada todos os portugueses percebem isto e confiam que o caminho que nos trouxe do passado até hoje nos levará para um futuro digno e relevante.
O nosso Governo contudo dá mais ouvidos à “troika” do que a Pessoa. Prefere Merkel ao grande poeta da Mensagem e por isso tira a Livraria Camões do Mapa apagando um marco forte da nossa identidade geopolítica.
A Livraria Camões situa-se no Rio de Janeiro, é propriedade da Imprensa Nacional – Casa da Moeda e funciona como um padrão de referência para a divulgação da literatura portuguesa no Brasil em Geral e na capital carioca em particular.
Segundo os dados disponíveis o peso do custo com a Livraria Camões no Orçamento da Imprensa Nacional – Casa da Moeda é irrelevante. A Empresa está financeiramente sólida e poderia dar mesmo dar outra projecção e racionalidade económica ao investimento.
Não foi essa a decisão conhecida do Governo Português. Um dia depois de Paulo Portas ter assumido “de facto” a condução da economia portuguesa e de ter dado relevo ao importante papel da diplomacia, foi conhecida a decisão do encerramento da Livraria Camões, contrariando Pessoa e toda a sua sabedoria.
É caso para dizer que temos um governo à deriva no plano estratégico, desalinhado no verso e frouxo na rima.
A Livraria Camões não pode fechar em consequência da mediocridade na visão e na ambição.
Portugal não é um apêndice da União Europeia. É uma escora estrutural duma nova globalização sustentável, em que a Europa será tão mais forte quanto mais Portugal conseguir ser o País cosmopolita e aberto que sempre foi, quando teve sucesso.
Foi esta identidade que nos afirmou como plataforma multicultural e multicontinental e nos permitiu sobreviver séculos, sendo geograficamente uma pequena periferia europeia entalada entre Espanha e o mar, mas sendo ao mesmo tempo cultural e politicamente uma rede de gentes e sítios ligados por “uma estranha forma de vida”
A centralidade cultural de Portugal é a base para uma centralidade económica que constitui a única solução viável para a nossa competitividade no novo mundo global. De forma mais ou menos justificada todos os portugueses percebem isto e confiam que o caminho que nos trouxe do passado até hoje nos levará para um futuro digno e relevante.
O nosso Governo contudo dá mais ouvidos à “troika” do que a Pessoa. Prefere Merkel ao grande poeta da Mensagem e por isso tira a Livraria Camões do Mapa apagando um marco forte da nossa identidade geopolítica.
A Livraria Camões situa-se no Rio de Janeiro, é propriedade da Imprensa Nacional – Casa da Moeda e funciona como um padrão de referência para a divulgação da literatura portuguesa no Brasil em Geral e na capital carioca em particular.
Segundo os dados disponíveis o peso do custo com a Livraria Camões no Orçamento da Imprensa Nacional – Casa da Moeda é irrelevante. A Empresa está financeiramente sólida e poderia dar mesmo dar outra projecção e racionalidade económica ao investimento.
Não foi essa a decisão conhecida do Governo Português. Um dia depois de Paulo Portas ter assumido “de facto” a condução da economia portuguesa e de ter dado relevo ao importante papel da diplomacia, foi conhecida a decisão do encerramento da Livraria Camões, contrariando Pessoa e toda a sua sabedoria.
É caso para dizer que temos um governo à deriva no plano estratégico, desalinhado no verso e frouxo na rima.
A Livraria Camões não pode fechar em consequência da mediocridade na visão e na ambição.
Portugal não é um apêndice da União Europeia. É uma escora estrutural duma nova globalização sustentável, em que a Europa será tão mais forte quanto mais Portugal conseguir ser o País cosmopolita e aberto que sempre foi, quando teve sucesso.
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