Félix Total
2010/08/11 12:24
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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O Jornal Público de 5 de Agosto publicou no suplemento P2 uma excelente entrevista de Teresa de Sousa a Félix Ribeiro, Subdirector Geral de Prospectiva e Planeamento e um dos mais brilhantes pensadores sobre a cenarização estratégica do futuro do mundo em geral e de Portugal em particular.
Já aqui escrevi sobre a forma como a teoria dos cenários é enfraquecida pela complexidade do mundo global. Os cenários não deixam por isso de ser importantes, embora tenham que assumir cada vez mais um carácter plástico e adaptativo face à aceleração das mudanças contextuais.
Na entrevista, em que Félix Ribeiro responde com sabedoria e lógica desarmante às informadas questões duma das mais prestigiadas jornalistas portuguesas de política internacional, o economista desenha para Portugal 4 modelos de crescimento ou de resposta à irrelevância com que a aceitação dum posicionamento periférico nos ameaça.
O primeiro cenário designado por “Florida” posiciona Portugal como um centro global de fixação de talentos, desenvolvendo áreas de excelência capazes de atrair os melhores nas áreas de aposta para um País afável, seguro, cosmopolita e conectado.
O segundo cenário, a que Félix Ribeiro chamou “Escócia” coloca-nos como uma plataforma de energia nas suas diversas formas e tecnologias, explorando fileiras desde a produção à engenharia e aos novos produtos associados.
O terceiro cenário, de “Plataforma Asiática” recupera tempos idos fazendo da nossa plataforma continental uma placa giratória de bens e serviços de e para a Ásia no quadro da concretização rápida das novas acessibilidades globais de que o TGV e Aeroporto de Alcochete são os exemplos mais emblemáticos.
Finalmente, o quarto cenário, chamado de “Ponte Atlântica” coloca Portugal como país charneira no quadro da rede dos países da CPLP e das suas ligações a outras plataformas, desenvolvendo em particular a triangulação com Angola e com o Brasil.
Olhando para estas perspectivas posso ver como elas já inspiram muitos dos movimentos estratégicos recentes da nossa economia e sinto que os diversos cenários mais do que alternativos são complementares e em conjunto traduzem uma visão forte e estimulante - A visão “Félix Total”, designação que atribuo a esta perspectiva pessoal “não autorizada” pelo Dr. Félix Ribeiro, mas que sei que uma vez do seu conhecimento, ele debaterá com a paixão e desprendimento de preconceitos que o caracterizam.
O modelo “Félix Total” pressupõe aliás uma outra linha que defendo há muito e que Félix Ribeiro também aflora na sua entrevista. Uma ideia que passa pelo desenvolvimento duma rede de países plataforma que não sendo parte de nenhum bloco económico em exclusivo, facilitam e exploram os “interfaces” entre eles.
Portugal tem condições para incluir este clube restrito de países da meta globalização. Condições que exigem acção e não inércia, continuidade e não corte, coragem e não tibieza. Os cenários de futuro, bons ou maus, são em última análise nós que os fazemos acontecer.
Já aqui escrevi sobre a forma como a teoria dos cenários é enfraquecida pela complexidade do mundo global. Os cenários não deixam por isso de ser importantes, embora tenham que assumir cada vez mais um carácter plástico e adaptativo face à aceleração das mudanças contextuais.
Na entrevista, em que Félix Ribeiro responde com sabedoria e lógica desarmante às informadas questões duma das mais prestigiadas jornalistas portuguesas de política internacional, o economista desenha para Portugal 4 modelos de crescimento ou de resposta à irrelevância com que a aceitação dum posicionamento periférico nos ameaça.
O primeiro cenário designado por “Florida” posiciona Portugal como um centro global de fixação de talentos, desenvolvendo áreas de excelência capazes de atrair os melhores nas áreas de aposta para um País afável, seguro, cosmopolita e conectado.
O segundo cenário, a que Félix Ribeiro chamou “Escócia” coloca-nos como uma plataforma de energia nas suas diversas formas e tecnologias, explorando fileiras desde a produção à engenharia e aos novos produtos associados.
O terceiro cenário, de “Plataforma Asiática” recupera tempos idos fazendo da nossa plataforma continental uma placa giratória de bens e serviços de e para a Ásia no quadro da concretização rápida das novas acessibilidades globais de que o TGV e Aeroporto de Alcochete são os exemplos mais emblemáticos.
Finalmente, o quarto cenário, chamado de “Ponte Atlântica” coloca Portugal como país charneira no quadro da rede dos países da CPLP e das suas ligações a outras plataformas, desenvolvendo em particular a triangulação com Angola e com o Brasil.
Olhando para estas perspectivas posso ver como elas já inspiram muitos dos movimentos estratégicos recentes da nossa economia e sinto que os diversos cenários mais do que alternativos são complementares e em conjunto traduzem uma visão forte e estimulante - A visão “Félix Total”, designação que atribuo a esta perspectiva pessoal “não autorizada” pelo Dr. Félix Ribeiro, mas que sei que uma vez do seu conhecimento, ele debaterá com a paixão e desprendimento de preconceitos que o caracterizam.
O modelo “Félix Total” pressupõe aliás uma outra linha que defendo há muito e que Félix Ribeiro também aflora na sua entrevista. Uma ideia que passa pelo desenvolvimento duma rede de países plataforma que não sendo parte de nenhum bloco económico em exclusivo, facilitam e exploram os “interfaces” entre eles.
Portugal tem condições para incluir este clube restrito de países da meta globalização. Condições que exigem acção e não inércia, continuidade e não corte, coragem e não tibieza. Os cenários de futuro, bons ou maus, são em última análise nós que os fazemos acontecer.
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