Copenhaga - O Nosso Contributo
2009/12/19 13:26
| Malha Larga
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Portugal vai contribuir com 12 milhões de Euros anuais para ajudar os países em vias de desenvolvimento a adaptar as suas economias à luta contra as alterações climáticas. O compromisso inicial é por 3 anos e totaliza 36 milhões de euros.
A participação de Portugal no fundo de apoio aos países em vias de desenvolvimento, sendo importante, não é o único e está longe de ser o maior e o mais significativo contributo de Portugal para a luta contra as alterações climáticas.
O maior contributo de Portugal é o forte compromisso nacional com a energia sustentável e os passos pioneiros que estamos a percorrer na transformação da nossa economia numa economia inovadora e sustentável.
A cimeira de Copenhaga está centrada na forma de combater o aquecimento global e as alterações climáticas e na definição de compromissos ambiciosos de redução das emissões de gases com efeitos de estufa num horizonte de curto e médio prazo.
Subjacente a esse debate está o desenho de novos modelos sustentáveis de organização económica e social que sendo amigos do clima e da qualidade ambiental, permitam continuar a dar resposta positiva aos anseios de crescimento e emprego que todos os povos partilham.
Portugal está em Copenhaga apoiado em resultados e metas de grande ambição, quer na inclusão de energias renováveis no seu pacote de consumo energético, quer na criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento industrial associados a essa perspectiva.
No horizonte de 2015 as energias renováveis mobilizarão um investimento global superior a 15 000 milhões de Euros em Portugal e criarão mais de 23 000 oportunidades de emprego. Somos já hoje um dos países com maior incorporação de energias renováveis na electricidade que consome (mais de 40%) e em 2020, 31% de toda a energia e 60% da electricidade consumida terão essa origem. Anualmente emitiremos em média para a atmosfera menos 12 milhões de toneladas de CO2.
Por outro lado, as fortes políticas de eficiência energética em curso, como o Programa Solar Térmico ou os Programas de promoção duma iluminação eficiente nos edifícios e nos espaços públicos permitirão que continuemos a crescer economicamente aumentando em 20% até 2020 a eficiência no uso da energia.
Acresce que Portugal é pioneiro em domínios de grande futuro como as redes inteligentes de telecontagem e de suporte à mobilidade eléctrica, permitindo reduzir substancialmente os consumos de combustíveis fósseis e as emissões daí decorrentes, em sectores como os transportes, os serviços ou os parques residenciais.
Estas apostas estão a mobilizar parcerias de excelência entre os centros de conhecimento nacionais e os melhores centros internacionais de investigação. Novas parcerias entre as universidades e a indústria têm permitido desenvolver clusters industriais bem posicionados na cadeia de valor, criando emprego e promovendo as exportações.
Novos clusters industriais estão em embrião para dar resposta às necessidades da rede de apoio ao carro eléctrico, para a disseminação da telecontagem ou para a modernização da iluminação pública.
Os novos projectos em desenvolvimento nos domínios da energia solar, hídrica e eólica catalisam para Portugal as tecnologias de fronteira no domínio das economias renováveis. Outras fontes emergentes como a energia das ondas ou os biocombustíveis de nova geração estão imbricados na agenda de investigação e teste e estão a percorrer o caminho necessário à sua entrada na fase comercial.
Ser pioneiro implica sempre riscos. Mas o risco da aposta numa economia moderna e sustentável é um risco que vale a pena neste alvor do milénio. Portugal chega a Copenhaga alinhado com os mais ambiciosos no combate às alterações climáticas e incorporado na rede líder para o desenho duma nova economia global mais justa e viável.
A afirmação global de um País, depende da forma como chega, bem ou mal preparado, aos seus encontros com a História. Portugal chegou bem preparado à oportunidade histórica de conceber durante a sua Presidência um novo Tratado para a União Europeia (Tratado de Lisboa) e embora com menos impacto e significado relativo, chega também bem preparado para ser um dos países de referência no desenho da ordem económica e política Pós-Copenhaga. Esse será, neste tempo concreto, o nosso maior e mais impressivo contributo para um mundo melhor.
PS: Artigo publicado em versão compacta no Jornal de Noticias - Edição de 18 de Dezembro de 2009
A participação de Portugal no fundo de apoio aos países em vias de desenvolvimento, sendo importante, não é o único e está longe de ser o maior e o mais significativo contributo de Portugal para a luta contra as alterações climáticas.
O maior contributo de Portugal é o forte compromisso nacional com a energia sustentável e os passos pioneiros que estamos a percorrer na transformação da nossa economia numa economia inovadora e sustentável.
A cimeira de Copenhaga está centrada na forma de combater o aquecimento global e as alterações climáticas e na definição de compromissos ambiciosos de redução das emissões de gases com efeitos de estufa num horizonte de curto e médio prazo.
Subjacente a esse debate está o desenho de novos modelos sustentáveis de organização económica e social que sendo amigos do clima e da qualidade ambiental, permitam continuar a dar resposta positiva aos anseios de crescimento e emprego que todos os povos partilham.
Portugal está em Copenhaga apoiado em resultados e metas de grande ambição, quer na inclusão de energias renováveis no seu pacote de consumo energético, quer na criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento industrial associados a essa perspectiva.
No horizonte de 2015 as energias renováveis mobilizarão um investimento global superior a 15 000 milhões de Euros em Portugal e criarão mais de 23 000 oportunidades de emprego. Somos já hoje um dos países com maior incorporação de energias renováveis na electricidade que consome (mais de 40%) e em 2020, 31% de toda a energia e 60% da electricidade consumida terão essa origem. Anualmente emitiremos em média para a atmosfera menos 12 milhões de toneladas de CO2.
Por outro lado, as fortes políticas de eficiência energética em curso, como o Programa Solar Térmico ou os Programas de promoção duma iluminação eficiente nos edifícios e nos espaços públicos permitirão que continuemos a crescer economicamente aumentando em 20% até 2020 a eficiência no uso da energia.
Acresce que Portugal é pioneiro em domínios de grande futuro como as redes inteligentes de telecontagem e de suporte à mobilidade eléctrica, permitindo reduzir substancialmente os consumos de combustíveis fósseis e as emissões daí decorrentes, em sectores como os transportes, os serviços ou os parques residenciais.
Estas apostas estão a mobilizar parcerias de excelência entre os centros de conhecimento nacionais e os melhores centros internacionais de investigação. Novas parcerias entre as universidades e a indústria têm permitido desenvolver clusters industriais bem posicionados na cadeia de valor, criando emprego e promovendo as exportações.
Novos clusters industriais estão em embrião para dar resposta às necessidades da rede de apoio ao carro eléctrico, para a disseminação da telecontagem ou para a modernização da iluminação pública.
Os novos projectos em desenvolvimento nos domínios da energia solar, hídrica e eólica catalisam para Portugal as tecnologias de fronteira no domínio das economias renováveis. Outras fontes emergentes como a energia das ondas ou os biocombustíveis de nova geração estão imbricados na agenda de investigação e teste e estão a percorrer o caminho necessário à sua entrada na fase comercial.
Ser pioneiro implica sempre riscos. Mas o risco da aposta numa economia moderna e sustentável é um risco que vale a pena neste alvor do milénio. Portugal chega a Copenhaga alinhado com os mais ambiciosos no combate às alterações climáticas e incorporado na rede líder para o desenho duma nova economia global mais justa e viável.
A afirmação global de um País, depende da forma como chega, bem ou mal preparado, aos seus encontros com a História. Portugal chegou bem preparado à oportunidade histórica de conceber durante a sua Presidência um novo Tratado para a União Europeia (Tratado de Lisboa) e embora com menos impacto e significado relativo, chega também bem preparado para ser um dos países de referência no desenho da ordem económica e política Pós-Copenhaga. Esse será, neste tempo concreto, o nosso maior e mais impressivo contributo para um mundo melhor.
PS: Artigo publicado em versão compacta no Jornal de Noticias - Edição de 18 de Dezembro de 2009
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