Tragédias (e as suas lições)
2017/06/25 10:18
| Diário do Sul, Visto do Alentejo
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Portugal viveu na região centro uma enorme tragédia humana e social. Uma tragédia que me fez lembrar outra, em que por ser na altura o membro do Governo responsável pela proteção e socorro, estive profundamente envolvido – a queda da ponte Hintze Ribeiro em Entre –os – Rios.
O incêndio de Pedrogão e a queda da ponte de Entre –os –Rios foram provocados por elementos tão diferentes como o fogo e a água, mas tiveram muitas similitudes.Em ambos havia condições no terreno que amplificaram o risco, em ambos houve um fenómeno climático extremo que provocou a projeção das chamas ou a queda da estrutura, em ambos estiveram equipas de bombeiros e da proteção civil que deram tudo o que podiam para evitar a catástrofe e em ambos ficou um rasto de desolação e tristeza que implica um acompanhamento das populações em múltiplas vertentes nos próximos tempos, muito para além do dia em que os holofotes da comunicação social se apagarem.
A resposta económica e social integrada que foi dada em Castelo de Paiva em 2001 pode servir de inspiração ao que agora deve ser feito para ajudar as populações do pinhal interior a recuperar o seu modo de vida e a vencer a angústia e a tristeza, sem nunca apagar a sua memória.
A queda da Ponte de Entre –os –Rios conduziu também à alteração de um conjunto de práticas, por exemplo na fiscalização das infraestruturas e na extração de areias, que tornaram mais seguras todas as pontes do País. Também neste caso muitas lições serão extraídas e o processo de re-ordenamento florestal será acelerado, agora talvez com mais fácil adesão das populações.
Escrevi até agora sobre as semelhanças entre as duas tragédias. Sublinho agora duas diferenças. Todos ouvimos referências a dificuldades de coordenação e conhecimento do terreno no combate ao incêndio. Na minha experiência na Proteção e Socorro, os Governadores Civis desempenharam um papel determinante nesse trabalho de coordenação de proximidade. Se não existissem outras, só estas funções de coordenação justificavam a existência dos governos civis. Como sempre defendi e cada vez mais se comprova, a extinção dos governos civis foi um enorme erro.
A segunda diferença, tem a ver com o comportamento de alguma comunicação social. Em Entre –os –Rios verifiquei um esforço conjugado para informar sem alarmar. Desta vez, vendo tudo do outro lado, senti-me triste por ver que alguns ansiavam por ter ainda mais coisas tristes para contar. Sinais dos tempos.
As gentes de Castelo de Paiva e dos Concelhos vizinhos ficaram para sempre gravavas no meu coração e no meu pensamento. Tenho agora bem presente o sofrimento das gentes de Pedrogão e dos outros Concelhos afetados pelo grande incêndio. Partilho com eles a minha solidariedade. Temos que fazer tudo para que tragédias como estas não voltem a acontecer.
O incêndio de Pedrogão e a queda da ponte de Entre –os –Rios foram provocados por elementos tão diferentes como o fogo e a água, mas tiveram muitas similitudes.Em ambos havia condições no terreno que amplificaram o risco, em ambos houve um fenómeno climático extremo que provocou a projeção das chamas ou a queda da estrutura, em ambos estiveram equipas de bombeiros e da proteção civil que deram tudo o que podiam para evitar a catástrofe e em ambos ficou um rasto de desolação e tristeza que implica um acompanhamento das populações em múltiplas vertentes nos próximos tempos, muito para além do dia em que os holofotes da comunicação social se apagarem.
A resposta económica e social integrada que foi dada em Castelo de Paiva em 2001 pode servir de inspiração ao que agora deve ser feito para ajudar as populações do pinhal interior a recuperar o seu modo de vida e a vencer a angústia e a tristeza, sem nunca apagar a sua memória.
A queda da Ponte de Entre –os –Rios conduziu também à alteração de um conjunto de práticas, por exemplo na fiscalização das infraestruturas e na extração de areias, que tornaram mais seguras todas as pontes do País. Também neste caso muitas lições serão extraídas e o processo de re-ordenamento florestal será acelerado, agora talvez com mais fácil adesão das populações.
Escrevi até agora sobre as semelhanças entre as duas tragédias. Sublinho agora duas diferenças. Todos ouvimos referências a dificuldades de coordenação e conhecimento do terreno no combate ao incêndio. Na minha experiência na Proteção e Socorro, os Governadores Civis desempenharam um papel determinante nesse trabalho de coordenação de proximidade. Se não existissem outras, só estas funções de coordenação justificavam a existência dos governos civis. Como sempre defendi e cada vez mais se comprova, a extinção dos governos civis foi um enorme erro.
A segunda diferença, tem a ver com o comportamento de alguma comunicação social. Em Entre –os –Rios verifiquei um esforço conjugado para informar sem alarmar. Desta vez, vendo tudo do outro lado, senti-me triste por ver que alguns ansiavam por ter ainda mais coisas tristes para contar. Sinais dos tempos.
As gentes de Castelo de Paiva e dos Concelhos vizinhos ficaram para sempre gravavas no meu coração e no meu pensamento. Tenho agora bem presente o sofrimento das gentes de Pedrogão e dos outros Concelhos afetados pelo grande incêndio. Partilho com eles a minha solidariedade. Temos que fazer tudo para que tragédias como estas não voltem a acontecer.
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